Joãozinho chegou.
Disseram pra ele:
“Qualquer problema, me avisa!”
“Precisa de ajuda, tô aqui!”
“Qualquer coisa, me chama!”
Pois, chegou a hora:
ele teve um problema,
precisou de ajuda,
rolou qualquer coisa.
Foi lá e chamou.
Ninguém respondeu.
Aí ele insistiu.
“Agora não dá…”
“Errado, isso? Certo é que tá!”
“Deixa isso pra lá…”
“Errado tá certo?”
“Não ia me ajudar?”
“Não pediu pra chamar?”
Joãozinho bateu,
e, muito, a cabeça.
Primeiro, achou estranho,
não se conformou.
Mas, com o tempo,
uma hora cansou.
E, então, entendeu:
a vida é assim.
Diz A, mas faz B;
prometendo C,
vai cumprir é D.
Vai compreender…
Não é por mal,
a contradição.
É só por costume
ou “por educação”.
Se dizem “Pois, venha!”
não querem que venha.
É só brincadeira.
Não é séria a vida,
é só brincadeira.
Joãozinho aprendeu,
com o Capitão,
a fazer opção:
Ou se corrompe,
ou se omite,
ou vai pra guerra.
Se se corrompe,
acata tudo,
concorda com todos,
mas faz o que quer,
e entra no esquema.
E, se perguntar,
“tá tudo de boa!”.
Se se omite,
Então, nem pergunta,
faz o seu, cai fora.
E, se perguntar,
“isso não é comigo”,
“é lá com o fulano”.
Mas, se vai pra guerra,
avisa o problema,
pede sempre ajuda,
se dá qualquer coisa,
vai lá e chama.
Chama todo mundo
e questiona tudo,
toma a dianteira.
Consciência tranquila,
mas agenda cheia.
O chato do mês,
com uma pá de problema.
Bom, mas, então,
qual é a opção,
que é boa opção,
não pro Capitão,
mas pro tal do João?